terça-feira, 26 de outubro de 2010

Inauguração do Pátio da Dona Antónia




Antónia do Carmo Provisório da Silva Campos, benfeitora do Concelho de Loulé, em particular da freguesia de Benafim, foi homenageada no passado sábado pela Câmara Municipal de Loulé, através da inauguração de um espaço público nesta terra. O “Pátio da Dona Antónia” é o nome da zona de lazer e convívio para a população e que pretende recriar os antigos pátios algarvios, onde as pessoas se juntavam no fim das tardes de Verão para momentos de convívio, ou onde se secavam os figos. Durante a cerimónia, o presidente da Autarquia, Seruca Emídio, relembrou a homenageada “pelo seu testemunho físico e emotivo que deixou na população do concelho de Loulé, pela sua sensibilidade para com o mundo rural, para com o país agrícola, numa tentativa permanente de uma dinâmica de desenvolvimento harmonioso do interior do Concelho, mas também pelo seu testemunho pelo bem que fez, com a ajuda aos mais necessitados, com a possibilidade que teve de proporcionar a concretização de sonhos das populações”. Estas palavras foram reforçadas pelo deputado Mendes Bota, antigo presidente da Câmara de Loulé, que relembrou o papel decisivo de Dona Antónia para que Benafim se tivesse tornado freguesia. “Sem ela não era possível termos tido a freguesia de Benafim. Havia condições de infra-estruturas que eram necessárias, que eram obrigatórias, para que na Assembleia da República fosse aprovada a freguesia e a Dona Antónia tornou isso realidade”. Nascida em 1907, na freguesia de Alvor, Antónia do Carmo Provisório da Silva Campos veio para a Quinta do Freixo – considerada a maior exploração agrícola do Algarve – que tinha sido adquirida pelo seu pai, na década de 20, com vinte e poucos anos, e iria dirigir esta exploração durante muitos anos. Aliás, ainda hoje a Quinta do Freixo está a cargo da sua família. Dona Antónia foi dedicada à sua terra e esteve sempre à disposição de toda a população. A sua percepção do mundo rural e do país agrícola esteve sempre presente na sua acção em defesa do campo e na criação de dinâmicas de desenvolvimento harmonioso do interior. Abriu vias de esperança e contribuiu para a concretização de muitos sonhos das populações locais. Durante a sua vida procurou fazer o bem que estava ao seu alcance. Desde o período do Estado Novo até aos dias de hoje deu emprego e meios de subsistência a muitas pessoas da freguesia de Benafim e freguesias vizinhas, sendo sempre uma pessoa ligada à beneficência. Protegia crianças abandonadas e ajudava também os missionários. Em 2007, um ano após o seu falecimento, aos 99 anos de idade, foi homenageada com a Medalha de Mérito Municipal.

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